(o\_!_/o) Diário de um Fusca





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  • quarta-feira, agosto 23, 2006

    Almanaque do Fusca

    Boa Tarde, este artigo retirei do diário do Grande ABC como achei legal resolvi copiar na integra.
    Espero que gostem muito interessante valeu.

    Almanaque do Fusca
    By Melina Dias
    Do Diário do Grande ABC

    A humanidade se divide em dois tipos de pessoas: as que gostam de Fuscas e as que não. A máxima, obviamente cunhada por algum apaixonado pelo carrinho, tem lá sua lógica. O Volkswagen Sedã nasceu para ser popular sob o conceito de economia e praticidade. De humilde virou cult. No Brasil é um símbolo dos duríssimos anos 70. Hoje, ter um Fusquinha original é puro charme. Toda essa história pode ser entendida no Almanaque do Fusca (Ediouro, 39 págs, R$ 39,90).
    O livro de Fábio Kataoka e Portuga Tavares, jornalistas especializados, herdou o formato dos bem-sucedidos Almanaques dos Anos 70 e dos 80, da mesma editora. O visual deve chamar de imediato atenção dos nostálgicos nas prateleiras das livrarias.
    Recheado de fotos, o volume já começa surpreendendo ao publicar uma das raras imagens em que Adolf Hitler aparece sorrindo, ao contemplar o protótipo do fusquinha. E o que um dos homens mais 'do mal' de todos os tempos tem a ver com a trajetória do simpático besouro? Tudo, ou, ao menos, 50%.
    Foi ele quem encomendou ao criador da criatura, o engenheiro Ferdinand Porsche, o Volkswagen (carro do povo, em alemão). Hitler determinou que o veículo deveria ter velocidade máxima de 100 km/h; ser capaz de enfrentar subidas; consumir no máximo 7 litros a cada 100km/h, uma vez que o combustível era caro etc, mas principalmente, ser refrigerado a ar, porque nem todas as casas alemãs possuíam garagem, e no inverno a água no radiador congelaria. Porsche aceitou o desafio e fechou contrato com o governo alemão em 1934. Era o começo da história do carro que venderia 22 milhões de unidades em todo o mundo (o recorde será batido em breve pela irmã Kombi, estimam os autores).
    A leitura do Almanaque é interessante até para os que não entendem nada de carros. Evita aprofundamentos técnicos e destaca muitas curiosidades, como o uso do carro na guerra, o modelo anfíbio e como o veículo conquistou países como os Estados Unidos. Só podia ter sido criado lá o concurso bettle craming, algo como 'abarrotando o besouro', em que jovens disputavam quem conseguia colocar mais gente dentro de um fusca. A propósito, o recorde dessa prova é de um grupo de universitários da Áustria: 57 pessoas num Fusca!
    No primeiro capítulo, o Almaque dá conta da história do carro até a última edição no México, em 2002. Também relembra a palhaçada populista do então presidente Itamar Franco, que pediu, em 1993, o relançamento do Fusca à VW. A montagem foi reativada a um custo de US$ 30 milhões. Detalhe: ele não comprou nem um dos 47 mil veículos fabricados com a desculpa de que não tinha dinheiro.
    Antes do capítulo 2, sobre a família Fusca (Variant, Brasília etc), o leitor é brindado com uma série de fotos coloridas. São reproduções de campanhas publicitárias ou registros históricos, caso da matadora combinação do ator Paul Newman e seu cabriolet (conversível) vermelho, em 1968.
    Os fora-de-série, modelos montados sobre o VW, como o Dacon, Miura, Bugue, Puma e Gurgel são temas do capítulo 3. Na seqüência, muita velocidade com os carros de prova e os modificados (destaque para o engraçado mini royce, um Fusca com frente de Rolls-Royce, coisa para inglês ver). As campanhas publicitárias dos fuscas também ganham um capítulo.
    Na seção O Ícone de um Tempo, os autores mostram a presença do Volks Sedã em três gerações, do cinema à pintura, da música às artes performáticas. Na série para o cinema como Herbie, o Volks chegou até mesmo a ser humanizado. Na capa de Abbey Road, o enigmático álbum dos Beatles, um Fusca branco ilegalmente estacionado sobre a calçada ajuda a compor o intrigante fundo (há uma lenda de que havia uma mensagem subliminar nas chapas do carro), à frente do qual os músicos atravessam a rua. Meio de transporte de importantes personagens da contracultura, o Fusca também foi personagem de desenhos animados evocando liberdade, personalidade, força, confiança, companheirismo. Algo bem resumido pelo título do clássico Se Meu Fusca Falasse (1968).
    Curiosidades
    Apesar de refrescante, o Fusca com teto solar não pegou no Brasil. Motivo: o machista apelido de Cornowagen.
    Outra brincadeira também atrapalhou o desempenho de outro membro da família fusca no Brasil, o 1600 4 Portas. Ninguém mais queria o carro depois que ele caiu na boca do povo como 'Zé do Caixão'.
    A música Fuscão Preto é de autoria da dupla Miramar e Miraí, mas quem fez sucesso com ela foi Almir Rogério, que correu para comprar um Fusca quando o dinheiro começou a entrar.
    O guitarrista do Sexteto Onze e Meia, Carlos Nascimento, o Tomati, herdou esse apelido do primeiro carro, um Baja 75/84 vermelho-ferrari.
    Joaninha, barata, tartaruga e escaravelho são alguns dos apelidos do veículo pelo mundo. Fusca é corruptela de Volks. Em Cuba ele é huevito (ovinho).
    No dia 7 de janeiro de 1959, quatro dias depois de ser produzido em
    São Bernardo, o primeiro Fusca seria vendido ao empresário paulista Eduardo Andréa Matarazzo.